Return On Invested Capital (ROIC)
Esse indicador é dado pela razão entre o NOPAT e o capital investido. Como vimos no último texto, a sigla NOPAT refere-se ao termo em inglês Net Operating Profit After Taxes que é uma boa medida para o desempenho operacional da empresa após a incidência de imposto.
Por sua vez, o capital investido equivale ao investimento realizado em ativos operacionais fixos como máquinas, equipamentos, instalações, P&D, logística e capital de giro. Ou seja, recursos necessários para o desenvolvimento do negócio. Basicamente, o capital investido representa o capital próprio e de terceiros levantado pela empresa, isto é, sua forma de financiar suas atividades.
Essa métrica deve ser comparada com o custo médio ponderado de capital, conhecido em inglês como WACC (Você pode aprender mais sobre essa medida aqui: (https://www.mfporumjovem.com/post-unico/2018/06/05/Estudo-sobre-a-taxa-de-desconto-no-processo-de-Valuation-WACC-e-Ke). Confronta-se o retorno da empresa justamente com o preço para financiar suas operações. Então, se o ROIC é maior que o WACC, está sendo criado valor na empresa.
O ROIC revela quanto o negócio foi capaz de gerar retorno aos credores e acionistas, ou seja, mede a eficiência da empresa em gerar lucro de seus ativos operacionais para remunerar sues financiamentos. Percebe-se que o ROIC aumenta quando o capital investido decresce, o que pode significar duas coisas: Falta de oportunidade de crescimento ou mais eficiência na alocação e gestão de recursos. Por outro lado, novos investimentos em ativos operacionais, nos primeiros anos, produzem um declínio na taxa de retorno por estar aumentando o capital investido. Todavia, ao longo do tempo o NOPAT deve descrever um crescimento e haverá geração de valor.
Questões para se atentar em relação ao ROIC: A medida não nos diz nada a respeito de qual segmento na empresa está gerando valor. Além disso, o ROIC pode se elevar, no curto prazo, diante de períodos de retração econômica sendo necessário o corte de despesas essenciais para a continuidade da empresa. Apesar de um aumento do ROIC nesse caso, é importante salientar que o resultado é breve e pode confundir quem analisa os dados da companhia. O mesmo erro poderia ocorrer para empresas que param de investir e repor seus ativos operacionais. Um aumento do indicador não evidenciaria a real situação da empresa.
Return On Equity (ROE)
Esse indicador visa medir a rentabilidade do capital próprio investido da empresa e é calculado pela razão entre o Lucro Líquido e o Patrimônio Líquido. A ideia é responder qual o retorno recebido pelo acionista para cada R$ 1,00 colocado na empresa. O patrimônio líquido deve ser calculado pelo seu valor médio e, além disso, é importante que se exclua o lucro líquido do período do PL para evitar que os dados se relacionem e se confundam.
O ROE, quando comparado com o custo de oportunidade do acionista, demonstra a capacidade da empresa em agregar valor através de seus recursos próprios. Enquanto o ROE reflete a taxa de retorno do capital próprio investido, o ROIC apura a rentabilidade de todo o capital. Se o ROE é maior que o ROIC, pode-se afirmar que a alavancagem utilizada pela empresa, medida pela participação das dívidas em relação ao total do investimento, é favorável. Uma alavancagem financeira é admitida como favorável quando o custo da dívida (custo dos empréstimos e financiamentos), identificado por Kd, é inferior ao retorno das aplicação desses recursos, contribuindo para o retorno do capital próprio.
A diferença positiva entre o ROIC e o custo de financiamento KD, ponderada pela participação das dívidas na estrutura de financiamento, é creditada ao acionistas, elevando a sua taxa de retorno. Se o custo de dívida superar o retorno do investimento, o retorno do acionista será consumido por essa diferença negativa, apurando um taxa de retorno inferior ao ROIC.
É importante frisar que o ROE não deve ser avaliado isoladamente. Observe que o ROE cresce à medida que a empresa se torna mais alavancada, porém sem considerar o maior risco financeiro. O ROE deve sempre ser comparado, na avaliação de empresas, com o custo de capital próprio, taxa mínima de retorno exigida pelos acionistas, que está levando em consideração o risco do negócio e o risco da alavancagem utilizada pela empresa.