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Curva de juros: O que é, e qual a sua importância?

Um termo muito utilizado no meio do mercado financeiro e muitas vezes observado com mais atenção do que quaisquer previsões feitas por economistas renomados. Afinal, o que é a curva de juros?

De maneira geral, é um conceito simples. Nada mais é do que uma linha (geralmente apresentada em forma de gráfico) que apresenta o valor de juros para títulos de renda fixa com prazos diferentes. Por exemplo, ao se deparar com a necessidade de tomar um empréstimo, um investidor poderá escolher algumas opções para a data final do empréstimo. Quanto mais tempo houver entre a data presente e a data de pagamento, maior será o valor cobrado como juros (em teoria, uma nota de 100 no dia de hoje vale mais do que 100 amanhã, e assim por diante). Por isso, a tendência é que empréstimos paguem juros maiores conforme o prazo se alongue.


Porém, é importante notar que o valor pago não cresce de maneira estável e previsível, já que não há apenas um preço e juros pré-determinados. Como o mercado vende e compra diversos títulos de dívida a todo momento, os valores de retorno para cada título variam conforme a oferta e demanda por tal título (mais detalhes sobre isso no próximo texto - fique de olho!). Dessa maneira, a diferença de pagamento de juros entre títulos de 10 anos e de 1 ano não será constante, e o spread pode aumentar ou diminuir dependendo dos interesses de compradores e vendedores. Abaixo, uma representação genérica de como costuma se comportar a curva de juros.

Qual a importância disso?

O leitor nesse momento pode estar se perguntando qual a relevância dessas informações. Em suma, a curva de juros apresenta o sentimento do mercado em relação ao futuro. O preço de um título é inversamente relacionado com o seu pagamento de juros (veremos mais sobre isso no próximo texto), portanto um título que é bastante requisitado terá um preço maior, e por consequência um retorno menor. Por causa dessa dinâmica, quaisquer mudanças significativas na estrutura da curva de juros apresentam uma previsão do mercado sobre o que virá pela frente.


Um dos maiores (e mais precisos) indicadores de uma crise iminente é a chamada inversão da curva de juros de títulos do governo. Isso ocorre quando títulos de longo prazo passam a ter um rendimento menor do que os de curto prazo. Essa dinâmica segue algumas lógicas do mercado que expressam expectativas de crise. Uma delas é a demanda por títulos de longo prazo, já que há um fator de incerteza quanto ao futuro próximo. Outra razão pela demanda de títulos de longo prazo é a expectativa de que o banco central baixará os juros como resposta `a crise, e por isso títulos emitidos no futuro terão rendimentos menores do que atualmente. Isso leva investidores a comprarem títulos no presente, baixando cada vez mais o retorno no longo prazo. Simultaneamente, o incentivo para compra de títulos a curto prazo não é o mesmo, já que há incerteza quanto ao momento de chegada de uma eventual crise, e a exposição ao mercado de renda fixa durante o período de crise não é desejada.


De maneira geral, a curva de juros (e o mercado de renda fixa) são excelentes indicadores do sentimento do mercado em relação a situação fiscal e econômica do país, e até dirigentes de bancos centrais ficam atentos para mudanças nas previsões, e ajustam as políticas monetárias de acordo com isso.



Curva de juros invertida


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