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Fluxo de caixa livre - para a firma e para o acionista (2)

O fluxo de caixa livre é o valor de caixa que uma empresa é capaz de gerar livre das despesas, das necessidades de reinvestimento e de capital de giro. É o caixa que pode ser efetivamente utilizado para o pagamento ou distribuição aos proprietários de capital. O fluxo de caixa livre reflete, em outras palavras, o resultado de caixa obtido além do necessário para financiar seus investimentos e prover crescimento da empresa.


O fluxo de caixa livre para a empresa (FCFF) é o excesso operacional de caixa pertencente aos credores e acionistas (proprietários de capital) sendo calculados a partir do resultado operacional líquido do IR (NOPAT). É um fluxo de caixa livre por ser calculado após os reinvestimentos em ativos fixos e giros necessários a continuidade da empresa, além de desalavancado por ser obtido antes das despesas financeiras (juros sobre dívidas).


O fluxo de caixa livre para o acionista (FCFE) é calculado a partir do lucro líquido e , portanto, após dedução das despesas financeiras. Também é determinado após os reinvestimentos em ativos fixos. Por ser entendido como o valor que resta ao acionista, após deduzir todos os custos, despesas e retenções de lucro para reinvestimento, o FCFE pode ainda ser interpretado como o montante de dividendos que uma empresa pode distribuir aos seus acionistas.


O fluxo de caixa livre para a firma (FCFF)


É obtido pela soma do NOPAT e as despesas não desembolsáveis como a depreciação, e deduzido de todos os investimentos necessários para suportar o crescimento da empresa.


(=) NOPAT - Resultado Operacional Líquido de IR

(+) Depreciação

(-) Capex - Capital Expenditures

(-) Variação da necessidade de capital de giro

(=) Free Cash Flow to Firm (FCFF)


Capex: Representa todos os gastos de capital da empresa, os quais incluem bens tangíveis e intangíveis com vida útil esperada superior a um ano, como edificações, máquinas e equipamentos, gastos com pesquisa e desenvolvimento, patentes, entre outros. Os ativos classificados no CAPEX representam dispêndios de capital realizados na expectativa de que possam gerar benefícios econômicos futuros. Tais despesas não possuem dedutibilidade fiscal integral no exercício em que ocorrem. Os ativos possuem vida útil superior a um exercício fiscal e são depreciados (ativos tangíveis) ou amortizados (ativos intangíveis) durante a vida prevista de uso.


Existem certas despesas de capital que são muitas vezes tratadas como despesas operacionais, como treinamento de pessoal, P&D e investimentos na imagem da empresa. Esses gastos costumam produzir benefícios por vários anos, e podem ser classificados no CAPEX.


Variação da necessidade de capital de giro: A necessidade de capital de giro é toda variação que ocorre no capital circulante líquido (Ativo circulante - Passivo Circulante) da empresa em razão de alterações no volume de atividades (produção e vendas) e nos prazos operacionais (ciclo de caixa).


O fluxo de caixa livre para os acionistas (FCFE)


(=) Lucro Líquido

(+) Depreciação

(-) Capex

(-) Variação da necessidade de capital de giro

(+) Entrada de novas dívidas

(=) Free Cash Flow to Equity (FCFE)


Observe que o FCFE é o fluxo de caixa que resta ao acionista após a cobertura de todas as despesas operacionais, despesas de capital, necessidades de capital de giro e, ainda, livre dos pagamentos de todas as obrigações financeiras como juros e principal das dívidas. É o caixa que a empresa pode distribuir a seus acionistas, disponível para dividendos ou recompra de ações. Se a empresa pagar menos que o FCFE aos seus acionistas, deve estar mantendo recursos disponíveis para reforço de sua liquidez.


Entrada de novas dívidas: As necessidades de novas dívidas são calculadas pela estrutura de capital meta definida pela empresa. Se a empresa definir manter 40% de dívidas financiando seus ativos, deve captar esse percentual sobre seus investimentos líquidos, calculados pela diferença entre as despesas com CAPEX e necessidade de capital de giro que excedem o total da depreciação do período:


Novas dívidas= (P/P+PL) x [(CAPEX + Variação do capital de giro) - Depreciação]


FCFF to FCFE:


(=) NOPAT - Resultado Operacional Líquido de IR

(+) Depreciação

(-) Capex - Capital Expenditures

(-) Variação da necessidade de capital de giro

(=) Free Cash Flow to Firm (FCFF)

(-) Despesas com juros

(+) Benefício fiscal (IR x Despesas com juros)

(+) Entrada de novas dívidas

(=) Free Cash Flow to Equity (FCFE)


O valor de uma empresa é determinado pela sua capacidade em gerar fluxos de caixas livres no futuro. O modelo do FCFE avalia o patrimônio líquido e o FCFF valoriza a empresa. Ao se extrair do valor da empresa o valor de suas dívidas, chega-se também ao valor do PL.


Importante destacar que a empresa atinge um valor maior que o capital investido quando é capaz de produzir um retorno acima de seu custo de capital.

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