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EBITDA X Fluxo de Caixa das Operações X Fluxo de caixa Livre - O que devemos nos atentar

Fluxo de caixa das operações como uma medida de lucratividade: A grande vantagem do FCO é que ele mostra exatamente quanto de caixa a empresa gerou fruto de suas atividades operacionais durante determinado período. Começando pelo lucro líquido, itens não-caixa são adicionados (como Depreciação & Amortização) além de capturar as variações do capital de giro. O FCO é tão relevante que, em alguns casos, a necessidade de observar métricas como lucro líquido ou EBITDA é questionada.





Fluxo de Caixa Livre X Fluxo de Caixa Operacional


Fluxo de caixa livre possui duas formulações comuns:


Fluxo de Caixa para Firma: EBIT* (1-t) + D&A +/- Variações no capital de giro - Capex


Fluxo de Caixa para o Acionista: Lucro Líquido + D&A +/- Variações no capital de giro - Capex +/- Variação da dívida


O fluxo de caixa para firma ajusta o FCO para excluir qualquer saída de caixa referente ao pagamento de juros. Ele ignora o benefício fiscal do pagamento de juros e subtrai o Capex do FCO. Esse é o fluxo de caixa utilizado para calcular os fluxos em um Fluxo de Caixa Descontado(DCF). Ele representa o caixa de um determinado período disponível para todos os provedores de capital (acionistas e credores).


A vantagem do fluxo de caixa para a firma em relação ao fluxo de caixa operacional é que ele contempla os investimentos necessários para o negócio ser tocado como Capex (algo que o FCO ignora). Além disso, ele também leva em consideração todos os agentes que financiam a empresa e não somente os provedores de capital próprio. Em outras palavras, ele identifica o quanto de caixa a companhia pode distribuir para seus acionistas e credores independentemente da estrutura de capital da empresa.


EBITDA X Fluxo de caixa das operações x Fluxo de Caixa Livre


O EBITDA é, na verdade, uma mistura do fluxo de caixa das operações, fluxo de caixa livre e do regime de competência. Assumindo, para simplificar, que o EBITDA se dá por EBIT + D&A, temos que:

  1. EBITDA aborda a perspectiva da empresa como um todo, enquanto o lucro líquido, assim como o fluxo de caixa das operações é uma medida de rentabilidade para os acionistas, pois os pagamentos para os credores já foram considerados através da despesa de juros. O fato de considerar a empresa como um todo é benéfico para os investidores que comparam as performances operacionais da companhia ao longo do tempo sem depender de sua estrutura de capital.

  2. EBITDA é uma métrica híbrida de caixa e regime de competência, pois este começa com EBIT (que representa o lucro operacional da DRE), mas ao mesmo tempo faz um ajuste de soma da depreciação (despesa não-caixa). Todavia, ignora outros ajustes que vemos no fluxo de caixa das operações como a variação do capital de giro.

O resultado final é que temos uma medida que apresenta resultados contábeis da DRE, mas ao mesmo tempo ajusta um item não caixa importantíssimo (D&A), o que o aproxima ainda mais do caixa de fato. É por conta disso que o EBITDA é comumente caracterizado como uma PROXY da geração de caixa de uma empresa. Assim, tenta contemplar os dois mundos.. seja seus benefícios ou seus problemas.


O EBITDA também peca, comparado ao fluxo de caixa livre, se estamos avaliando uma empresa de capital intensivo. Se temos duas empresas de capital intensivo e uma está investido maciçamente em CAPEX que aumenta a expectativa de elevação do ROIC (e, portanto, justifica valuations atuais maiores), o EBITDA que não subtrai o Capex, simplesmente ignora esse fato. Desse modo, podemos ter uma avaliação errônea de que o maior ROIC está, na verdade, "Overvalued" ou caro.


3. O EBITDA é fácil de ser calculado: Talvez, a maior vantagem do EBITDA é sua ampla utilização e sua facilidade de cálculo. Pegue o lucro operacional e some a D&A da DRE. Além disso, ao comparar projeções para o EBITDA, o fluxo de caixa operacional e o fluxo de caixa livre, vemos que o FCO e o FCF demanda análises e premissas muito mais elaboradas como a de capital de giro para que se faça suas projeções.


O que não se nega é o fato de o EBITDA ser usado em qualquer lugar, em diferentes momentos e análises o que valida, de certo modo, sua ampla e contínua utilização.



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